27.9.07

MICHELIN

A história dos pneus está intimamente ligada a um boneco ligeiramente redondo, simpático e com status de estrela no mundo do marketing. Ele é a personificação de segurança e tecnologia da francesa MICHELIN, responsável pela segurança de milhares de pessoas que utilizam, não importa qual, meios de transportes. Quer seja de avião, metrô, automóvel, bicicleta ou moto, a MICHELIN está muito mais que presente nas vidas de todos nós.
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A história
A ligação da marca MICHELIN com o pneu nasceu da necessidade de um ciclista, inconformado pelo tempo gasto no reparo e na secagem da cola usada para ligar os pneus aos aros da bicicleta. Foi então que os irmãos Édouard e André Michelin, donos de uma pequena fábrica, com 52 empregados que produzia pastilhas de freio feita de lona e borracha, na cidade de Clermont-Ferrand na França desde 1889, imaginaram a melhor forma de facilitar este trabalho, e em 1891, patentearam o primeiro pneu desmontável, reduzindo o tempo de conserto de três horas e uma noite para 15 minutos. O célebre ciclista Charles Terront, correndo com pneus MICHELIN desmontáveis, venceu a corrida Paris-Brest-Paris oito horas à frente de seu adversário mais próximo, e 24 horas à frente do terceiro colocado. A invenção é logo patenteada e dá ao seu idealizador, Édouard, a certeza de que ali estaria um produto de futuro. Começava uma nova era para o transporte terrestre. Um ano depois, mais de 10 mil ciclistas rodavam com pneus MICHELIN. O próximo passo era fabricar pneus para outros meio de transportes. Em 1894 surgiu o primeiro pneu para carruagem, cujo conforto e silêncio os parisienses iriam adorar. No ano seguinte, em uma corrida entre Paris e Bordeaux, os irmãos MICHELIN inscreveram um carro, conhecido como “Éclair”, equipado com pneus. Apesar da vitória com certa folga, os constantes furos nos pneus ainda era um problema.
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O início do século XX marca a primeira grande onda de expansão da empresa, instalando-se próxima aos grandes centros automobilísticos (Europa e América do Norte), e a atuação em campos tão variados como o transporte de carga, guias rodoviários e até aviões. Em 1903, diante do grande sucesso, eles foram negociar seu produto numa pequena, mas promissora cidade americana chamada Detroit, onde acabava de ser montada uma grande fábrica de automóveis: a Ford. Foi nesse mesmo ano que surgiram os primeiros pneus para motocicletas. Em seguida, vieram pedidos de patentes de outros fabricantes: Pirelli, Firestone, Goodyear e muitas outras. Em 1906 foi construída a primeira fábrica fora da França, na cidade de Turim na Itália. No ano seguinte outra fábrica é construída nos Estados Unidos. A primeira preocupação da época foi aumentar a confiabilidade e a longevidade dos pneus. Naquele período, a duração de vida do pneu era bastante curta: entre 1.200 e 1.500 quilômetros. Duas grandes inovações trouxeram para o pneu a resistência ao desgaste: a primeira, a introdução do Negro de Carbono (pó de Carbono) na fabricação dos pneus, responsável pela sua cor negra, que multiplicou por cinco a sua longevidade, utilizado desde 1917; e o aparecimento na carcaça do pneu, de lonas de fios têxteis paralelos uns aos outros. O primeiro grande resultado de todas essas idéias foi o lançamento, em 1923, do pneu “Confort”, primeiro pneu de passeio de baixa pressão (35 libras). Sua longevidade era 10 vezes superior àquela dos primeiros pneus. Dois anos mais tarde, a integração de aros nos talões fixou o pneu à roda com mais confiabilidade que a técnica anterior.
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Em 1929, Edouard Michelin pediu aos seus engenheiros um projeto de pneu para ferrovias. Ninguém jamais imaginaria, até aquele ano, criar um pneu que pudesse suportar cargas tão pesadas. A busca por pressões mais baixas reunidas com um desgaste lento continuou e deu seus frutos em 1932, quando a MICHELIN propôs aos motoristas um pneu com uma pressão muito baixa (35 libras) e duas vezes mais resistente que o “Confort”: o Superconfort. Ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1946, a MICHELIN deu um novo salto em matéria de tecnologia para mobilidade, inventando e produzindo o primeiro Pneu Radial da história. Menor peso, menos aquecimento e menor consumo de combustível foram apenas algumas das vantagens desta nova tecnologia, que rapidamente tornou-se padrão no mundo inteiro. Esse pneu conquistaria progressivamente todos os tipos de veículos e mercados, garantindo à empresa vantagens comerciais e industriais decisivas sobre seus concorrentes, ao longo dos 30 anos seguintes. Nos anos 80, a MICHELIN engaja-se na direção de novos pólos de atividades econômicas na América do Sul, América do Norte, Ásia e Europa. A inovação se acelera em todas as categorias de pneus, com destaque para o "Sistema PAX" e os pneus para engenharia civil e para exploração de minas. Nesta época a MICHELIN já era uma gigante e foi as compras adquirindo, em 1989, a americana B.F. Goodrich, empresa fundada em 1870. Até maio de 2006 era dirigida por um herdeiro da família, Édouard Michelin, que morreu afogado em um naufrágio durante uma pescaria nas proximidades da ilha de Sein, em águas da Bretanha, no noroeste da França.
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A linha do tempo
1910
Primeiro mapa rodoviário MICHELIN em escala 1/200.00 é introduzido em Clermont-Ferrand. A ele seguem-se os mapas da Costa Mediterrânea, de Marselha a Nice e da região parisiense. Em 1913, o mapa da França, incluindo 47 páginas, é inteiramente concluído. Trata-se da primeira cobertura cartográfica detalhada do país, especialmente desenvolvida para o motorista.
1929
Desenvolvimento do primeiro pneu para ferrovias proporcionando conforto, silêncio, aceleração e freios muito rápidos.
1930
Conseguida a patente do pneu com câmara de ar embutida, o percussor do pneu sem câmara.
1934
Introdução do pneu Confort Stop, com ranhuras de aderência que diminuíam os riscos de derrapagens em pistas molhadas.
1937
Criação do pneu para veículo de passeio chamado “Piloto”, com perfil mais alto melhorando sensivelmente a aderência na pista, mesmo em lata velocidade.
1938
Lançamento do Metalic, primeiro pneu destino a veículos pesados a unir a borracha ao fio de aço, resistindo muito melhor ao aquecimento e a cargas pesadas.
1965
Fabricação do primeiro pneu assimétrico (XAS), destinado aos automóveis superesportivos da época.
1982
Lançamento do XM+S 100, um pneu desenvolvido especialmente para o período de inverno.
1994
Atenção e respeito ao meio ambiente foram o ponto de partida para mais uma inovação da empresa, os Pneus Energy, que mantinham todas as qualidades de aderência e durabilidade dos pneus normais, mas com baixa resistência à rodagem, reduzindo muito o consumo de combustível.
1996
Instalação de máquinas, na sede em Clermont-Ferrand, com sistema C3M que oferece maior reatividade e flexibilidade nos processos industriais, permitindo a fabricação de pneus em grandes séries ou em séries reduzidas, quase "sob medida", respondendo assim a uma evolução da demanda do mercado.
1997
Surgia uma grande revolução: o Sistema PAX, conjunto pneu/roda, que permitia a mobilidade contínua; mesmo com o pneu vazio, podendo percorrer até 200 km a uma velocidade de 80 km/h.
Comercialização do Coraldo, primeiro pneu colorido para veículos de passeio.
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O famoso Bibendum
A idéia do boneco Bibendum (conhecido carinhosamente como BIB) teve início em fevereiro de 1893, na Conferência da Sociedade dos Engenheiros Civis, em Paris, em que ao defender as vantagens do pneu, André Michelin pronuncia uma frase que se tornará o lema da MICHELIN: “O pneu bebe o obstáculo”. Esta frase histórica seria bem aproveitada. No ano seguinte, durante a Exposição Universal e Colonial de Lyon, os dois irmãos Michelin notam, em seu estande, uma pilha de pneus de diversas dimensões, com um formato sugestivo. Edouard teria, então, dito a André: “Se tivesse braços, pareceria um homem”. Em breve, André se lembraria dessa frase. Em 1897, o desenhista Marius Rossillon apresenta aos irmãos diversos projetos publicitários. Entre eles, um esboço destinado a um bar-restaurante mostra um homem gordo levantando sua caneca de cerveja, sob a frase latina “Nunc est bibendum” (Está na hora de beber). Para a fértil imaginação de André Michelin, a frase evoca imediatamente sua fórmula “o pneu bebe o obstáculo”. Associando o gordo bebedor à imagem sugerida pela pilha de pneus em Lyon, ele encomenda um cartaz. Em 1898, segundo a idéia de André, foi criado um cartaz onde se via um imponente personagem formado de pneus, atrás de uma mesa, levantar uma taça cheia de cacos de vidro e pregos, dizendo, no momento de um brinde: “Nunc est bibendum”. Lembrando os raros donos de automóveis da época, o então chamado “boneco Michelin” ostenta, orgulhosamente, sinais de uma certa prosperidade econômica, tais como anel de brasão, charuto e uma inegável corpulência. Os óculos antigos foram inspirados em André Michelin. O verdadeiro batismo de Bibendum ocorre alguns meses mais tarde, durante a corrida Paris - Amsterdã - Paris. Ao ver passar André Michelin, o piloto Théry exclama: “Olha lá o Bibendum!”. O nome fica conhecido e, em pouco tempo, passa a denominar diretamente o boneco MICHELIN.Um dos personagens publicitários mais famosos do mundo está presente em campanhas, adesivos e até mesmo nos próprios pneus que a MICHELIN produz. Seu bom humor, a forma inusitada e a origem despertam tanta curiosidade que motivam artistas, jornalistas e até colecionadores no mundo inteiro. No ano 2000, ele foi eleito pelo jornal Financial Times e pela revista Report On Business, o melhor logotipo do mundo. As imagens abaixo mostram a evolução do personagem através de anúncios.
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Clique nas imagens abaixo para aumentar e poder salvar 5 diferentes papéis de parade do maior símbolo da marca MICHELIN.
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O guia vermelho
A história do famoso Guia MICHELIN começou em 1900, na Exposição de Paris, quando os visitantes recebiam gratuitamente um livrinho vermelho, com tiragem de 35 mil exemplares, distribuído pela MICHELIN. Na primeira página, uma pequena explicação de seu conteúdo: "Esse livro tenta fornecer aos automobilistas, que viajam pela França, informações úteis sobre serviços de assistência e reparação para o seu automóvel, indicações de postos de gasolina, bem com sobre onde encontrar alojamento (hotel), mapas, restaurantes e serviços de correio, telégrafo ou telefone". Na época, a empresa queria indicar aos pioneiros automobilistas onde encontrar oficinas e pousadas nas então perigosas e incertas viagens de carro. Era uma forma de estimular os motoristas a gastar pneus. Começou sendo distribuído gratuitamente aos motoristas. Isso até o dia em que um dos irmãos Michelin se deparou com uma pilha de guias no chão de uma oficina escorando uma mesa. Ficou uma fera e falou: “O ser humano só dá valor àquilo que paga”. Passou a ser cobrado. De 1904 a 1914, são criados, a partir do modelo Guia Michelin França, os guias estrangeiros para Europa, África e América. Em 1926 surge o primeiro guia turístico (da região da Bretanha) e o guia da condecoração estrela da boa mesa, surgindo assim o famoso sistema de estrelas para classificar os restaurantes. Este novo guia passa a ser impresso com sua tradicional capa verde em 1936. Com o tempo, outros países ganharam também edições próprias. Passava a ser publicado todos os anos, no mesmo dia, em todos os cantos do mundo, com tiragem de um milhão de exemplares. De tão corretas eram as informações publicadas no guia que os Aliados, antes da invasão da Normandia (em 1944), forneceram aos seus oficiais uma de suas edições, para facilitar a orientação, durante a libertação das cidades francesas ocupadas. O guia, com tiragem anual superior a 1 milhão de unidades comercializadas em 100 países, se transformou em uma das mais bem sucedidas estratégias de marketing da história.
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A marca no Brasil
No Brasil, a MICHELIN está presente comercialmente desde 1927 e a instalação da primeira fábrica da empresa em território nacional aconteceu em 1980, no Rio de Janeiro, para a produção de pneus para caminhões e ônibus. Hoje, conta com cerca de 5 mil funcionários, distribuídos em três unidades industriais, duas unidades agro-industriais, escritórios regionais por todo o país e uma rede de revendedores. Para a MICHELIN, o Brasil é um mercado estratégico para seus investimentos. Da extração do látex à produção final do pneu, a empresa mantém no País toda a cadeia produtiva na fabricação de pneus.
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A marca no mundo
A marca está presente em mais de 170 países ao redor do mundo, empregando cerca de 130 mil pessoas. Possuí ainda mais de 80 unidades fabris, localizadas nos cinco continentes, seis plantações de seringueiras localizadas no Brasil (2) e Nigéria (4), e um Centro de Tecnologia, onde trabalham 4 mil pesquisadores, com pólos na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, produzindo 200 milhões de pneus anualmente, numa vasta gama de produtos: do menor pneu de menos de 200 gramas até o maior com mais de cinco toneladas. As empresas do Grupo MICHELIN produzem também diariamente mais de 61.000 câmaras de ar, mais de 4 milhões de quilômetros de cabos, 96.000 rodas e 70.000 mapas e guias turísticos. Com participação de 20% no mercado global, cerca de 33% de seu faturamento provém dos Estados Unidos e outros 49% do continente europeu.
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A marca em imagens
Clique nas imagens abaixo para ampliar e conhecer um pouco mais sobre a marca MICHELIN.
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Você sabia?
A MICHELIN, cujo nome completo é Manufacture Française des Pneumatiques Michelin, equipa todos os tipos de veículos: da bicicleta ao ônibus espacial, passando pelo automóvel, caminhão, motocicleta, veículo de terraplenagem, metrô e avião.
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