19.7.07

PLAYBOY

Depois que surgiu a revista PLAYBOY o universo masculino nunca mais foi o mesmo. Ela transformou-se na maior porta-voz da comunidade masculina traduzindo desejos e tendências de um mundo exclusivamente masculino. A revista foi responsável por uma verdadeira revolução sexual, em letra de forma e papel couché. Desde a publicação do seu primeiro número, há mais de meio século, que os leitores da revista juram, sempre de pés juntos, que compram PLAYBOY em virtude dos artigos contidos na revista e não pelas fotos das famosas e cobiçadas mulheres.
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A história
A idéia do que viria a ser a revista PLAYBOY começou a perseguir o jovem Hugh Hefner, filho de pais protestantes e conservadores descendentes de uma longa linhagem de puritanos de Massachusetts, em 1951, depois de alguns empregos irrelevantes e uma breve passagem como redator na revista Esquire. Quando esta se mudou para Nova York e lhe negou um aumento semanal de US$ 5, preferiu ficar em sua cidade natal e fundar sua própria revista. Acreditou que havia um nicho não explorado para uma publicação masculina sofisticada que refletisse os novos valores da sociedade americana do pós-guerra, já que a maioria das publicações masculinas era sobre caçadas, armas, carros, etc. e ignorava o assunto que mais preocupava os homens: mulheres. Para isso convocou um amigo que possuía uma gráfica e outro, dono de uma distribuidora. Levantou US$ 8 mil com os pais e mais US$ 600 no banco. E assim a primeira edição da revista, com as famosas fotos que Marilyn Monroe fez antes da fama para um calendário, que foram adquiridas por míseros US$ 500, foi inteiramente produzida na cozinha do apartamento dos Hefner no sul de Chicago. O nome sugerido para a revista seria Stag Party (em português, farra) e o símbolo, um veado fumando à espera de uma companhia feminina. Na véspera do lançamento, porém, Hefner descobriu que havia uma publicação com esse nome. Pensou em vários outros nomes, Top Hat, Bachelor, Gentlemen, até que um amigo sugeriu Playboy, nome de uma fábrica de carros falida. Hefner encomendou ao desenhista e diretor de arte da revista, Arthur Paul, um novo mascote para o produto que iria ser lançado.
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Desde então, o coelho apareceu na capa de todos os exemplares da revista, exceto do exemplar número 1, transformando-se em um ícone mundialmente da marca. A chegada às bancas aconteceu em dezembro de 1953, custando apenas US$ 50 cents, sem data na capa já que ele não tinha certeza se haveria um segundo número. Porém, a venda de 50 mil exemplares não só foi suficiente para pagar as despesas da primeira edição como também para financiar a segunda. A nova publicação tinha 44 páginas, incluindo, além de uma foto de Marilyn Monroe nua, uma história de Sherlock Holmes, escrita por Sir Arthur Conan Doyle, um artigo sobre os Dorsey Brithers, alguns desenhos feitos pelo próprio Hugh Hefner e alguns outros pequenos artigos. Diferentemente de outras revistas direcionadas ao público masculino americano naquela época, a PLAYBOY foi pioneira em mostrar mulheres totalmente nuas. Então o segundo passo foi contratar uma pequena equipe, jovem e entusiasmada: dois redatores, um diretor de arte e mais pessoas para cuidar da publicidade e assinaturas da revista. Quase que instantaneamente PLAYBOY se tornou o maior fenômeno editorial da imprensa americana de revistas da década de 50. Começou a comercializar sua marca em 1956, com a venda das famosas abotoaduras no formato de cabeças de coelho. Foi neste mesmo ano que o primeiro pôster na página central foi publicado na edição de março de 1956 e era uma fotografia de Marian Stafford. Em 1959 atingiu um milhão de cópias vendidas mensalmente. Em 1960 inaugurou o primeiro PLAYBOY CLUB na cidade de Chicago. Rapidamente, essas boates, com suas garçonetes vestidas de coelhinhas, se expandiram por todo o país. Por mais de 20 anos fizeram sucesso, chegando a ter 2.5 milhões de associados, antes de serem fechados na década de 80. As famosas entrevistas feitas pela revista começaram em 1962 com o trompetista Mile Davis. Ao longo dos anos, personalidades famosas e marcantes como Jimmy Carter, Fidel Castro, Malcom X, Salvador Dali, Martin Luther King, Yasser Arafat, Muhammad Ali, Orson Welles, entre outros, concederam entrevistas históricas para a revista. Em 1971, a empresa entrou para o mercado de ações e passou a se chamar Playboy Enterprises, compreendendo a revista que vendia 7 milhões de exemplares/mês, 23 Clubes Playboy, resorts, hotéis e cassinos com mais de 900 mil associados em todo o mundo; uma editora de livros, várias linhas de produtos, uma agência de modelos, um serviço de limusines, uma gravadora e uma produtora de cinema e TV. Tudo dirigido por um único homem. As primeiras edições internacionais da revista foram lançadas na Alemanha e na Itália em 1972, mesmo ano em que a edição de maior sucesso foi lançada em novembro, vendendo mais de 7 milhões de exemplares, tendo na capa a Playmate Lenna Sjooblom. Os anos 70 foram difíceis e não por conta de feministas ou puritanos. Primeiro pelo surgimento de suas grandes concorrentes: Penthouse e Hustler. Depois pela chamada “Guerra Pubiana”. No início, a PLAYBOY mostrava apenas seios e bundas, mas não o púbis. Com a flexibilização das leis e costumes, desceu-se aos pêlos. A cada mês, alguém mostrava mais, porém quando seus concorrentes abriram as pernas das modelos, puseram mulheres se beijando, expuseram línguas, a PLAYBOY pisou no freio. Não chegaria lá, havia um limite e bom senso. E assim ficou em um incômodo meio-termo: pornográfica para seus inimigos, discreta demais para leitores potenciais. A crise financeira veio com a queda de circulação e uma onda governamental que culminou na cassação das licenças de clubes e cassinos. Outro fato marcante aconteceu quando a Playmate do ano de 1980, Dorothy Stratten, foi assassinada por um ex-namorado ciumento, e o caso levou a revista às manchetes de uma forma negativa. Porém, a revista superou todos esses percalços, e continuou sua revolução no mundo masculino.
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A edição brasileira da revista foi lançada em agosto de 1975 com o título de “A Revista do Homem”, pois o original tinha sido vetado pela censura, estrelando a bela Lívia Mund. Apenas em 1980 a revista pôde ostentar seu nome verdadeiro. Desde então, a PLAYBOY tornou-se uma das revistas mais vendidas do Brasil, tornando-se o mercado brasileiro o maior do mundo para revistas eróticas. Já posaram para a edição brasileira atrizes famosas como Bruna Lombardi, Lídia Brondi, Maitê Proença, Kátia D’Ângelo, Adriane Galisteu, Deborah Secco, Isabela Garcia e Betty Faria; apresentadoras e modelos como Xuxa e Luíza Brunet; cantoras, como Marina Lima, e esportistas como Hortência. Aqui no Brasil as edições de maior circulação tiveram em suas capas mulheres sensuais como Feiticeira (Joana Prado) em 1999; Tiazinha (Suzana Alves) em 1999; Adriane Galisteu em 1995; Scheilas (Carvalho e Mello) em 1999 e Scheila Carvalho em 1998.
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As estrelas
Durante todos esses anos várias beldades estiveram estampadas nas capas da revista: Jayne Mansfield (1956), Sophia Loren (1957), Brigitte Bardot (1958), Kim Novak (1959), Elizabeth Taylor (1963), Ursula Andress (1965), Jane Fonda (1966), Joan Collins (1969), Vanessa Redgrave (1969), Linda Evans (1971), Jane Seymour (1973), Melanie Griffith (1976), Raquel Welch (1977), Farrah Fawcett (1978), Margaux Hemingway (1978), Nastassja Kinski (1979), Bo Derek (1980), Mariel Hemingway (1982), Kim Basinger (1983), Sonia Braga (1984), Madonna (1985), Brigitte Nielsen (1985), Cindy Crawford (1988), Latoya Jackson (1989), Sharon Stone (1990), Mimi Rogers (1993), Elle Macpherson (1994), Drew Barrymore (1995), Nancy Sinatra (1995) e Carmen Electra (1996). A atriz americana que apareceu mais vezes na capa da revista foi Pamela Anderson (10 vezes, entre outubro de 1989 e julho de 2001). Além disso, sete homens foram capa da revista: o britânico Peter Sellers (abril de 1964), Burt Reynolds (outubro de 1979), Steve Martin (janeiro de 1980), Donald Trump (março de 1990), Dan Aykroyd (agosto de 1993), Jerry Seinfeld (outubro de 1993) e Leslie Nielsen (fevereiro de 1996). Abaixo estão algumas das capas mais famosas da revista PLAYBOY (clique nas imagens para ampliar).
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Censura
Em várias partes da Ásia, como a China, Coréia do Sul, Índia, Malásia, Tailândia, Taiwan, Cingapura e Brunei, a venda e distribuição da revista PLAYBOY é proibida. Em adição a essa lista de países, a revista também é banida em quase todos os países muçulmanos da Ásia e da África. O Japão possui uma edição própria da revista, mas é proibido que as modelos mostrem suas partes íntimas nas fotos. Em 1986, a rede norte-americana de lojas de conveniência 7-Eleven baniu a revista de suas lojas. Em 2003, a PLAYBOY voltou a ser comercializada nas lojas da rede. Em comunidades ou cidades onde a venda de bebidas alcoólicas é proibida, a venda de PLAYBOY também costuma ser.
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A marca no mundo
Atualmente a revista é publicada em 23 países como Argentina (1985), Brasil (1975), Bulgária (2002), Croácia (1997), República Checa (1991), Alemanha (1972), França (1973), Grécia (1985), Hungria, Japão (1975), México (1976), Holanda (1983), Polônia (1992), Romênia (1999), Rússia (1995), Sérvia (2004), Eslovênia (2001), Espanha (1978) e Venezuela (2006), tendo somente nos Estados Unidos cerca de 10 milhões de leitores, atingindo um total de 18 milhões em todo o mundo, sendo a revista masculina mais vendida do planeta com cerca de 8 milhões de unidades comercializadas por mês. A revista deu origem a um império com mais de 2.500 produtos, programas e publicações, que hoje em dia chega a mais de 130 países no mundo todo, faturando cerca de US$ 350 milhões.
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A marca em imagens-
Clique nas imagens abaixo para ampliar e conhecer um pouco mais sobre a marca PLAYBOY.
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Você sabia?
A maior edição da revista foi lançada em 1979, em comemoração aos 25 anos da revista, contendo 414 páginas.
Hugh Hefner, na verdade Hef, apelido de juventude e como ele prefere ser chamado até hoje, vive em uma propriedade de cinco acres e meio em Holmby Hills, Los Angeles, desde 1971, conhecida como a famosa Mansão Playboy.
A PLAYBOY TV, lançada em 1982, está disponível em 113 milhões de lares somente nos Estados Unidos.
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