12.7.07

VIRGIN ATLANTIC

Massagistas e manicures à bordo? Bares, sofás e mesas de xadrez nas aeronaves? Salas de embarque com sauna, lareira, mesas de sinuca e pinball, e até mesmo uma biblioteca farta, com milhares de livros de diferentes assuntos? Não, não se trata de desvarios de um diretor de marketing excêntrico. Trata-se da mais inovadora empresa aérea do mundo, a britânica VIRGIN ATLANTIC AIRWAYS. Fruto da genialidade de seu fundador, Sir Richard Branson, a companhia aérea é um tremendo sucesso. Seus aviões ligam Londres a vários destinos importantes do mundo, como Nova York, Los Angeles, Tóquio, Hong Kong, Joanesburgo, Nova Déli, Miami, Nairóbi, Toronto e Dubai. Enfrentar e muitas vezes vencer a dura competição, nem sempre leal, da excelente British Airways é tarefa para poucos. É tarefa para Sir Richard Branson. Mas Branson é mesmo um homem incomum. Fundou seu império vendendo discos por correspondência. Gago e tímido, foi péssimo aluno, o que levou seu pai a afirmar que “Richard não seria grande coisa na vida”. Pois sim. Sua empreitada virou a gravadora Virgin Records, vendida por uma fábula a Thorn/EMI.-
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A história
Ele teve a idéia de lançar uma empresa aérea meses antes, ao ficar dias esperando pela confirmação de um lugar nos vôos transatlânticos da People Express, uma das pioneiras no mercado de baixo custo (Low-Fare) na Europa. Então pensou: deve ser um bom negócio. Juntamente com o advogado americano Randolph Fields e Allan Hellary, um ex-piloto da companhia aérea Laker Airways, Sir Richard Branson anunciou ao público em 29 de fevereiro de 1984 a formação da VIRGIN ATLANTIC. As reações, dentro e fora do grupo, entre funcionários da própria VIRGIN e de empresas aéreas concorrentes, oscilaram entre a mais pura incredulidade ao mais frontal despeito. Em 22 de junho, um velho Boeing 747-200 comprado da Aerolíneas Argentinas, decolava lotado de convidados, voando do aeroporto Gatwick em Londres para o Newark em Nova York. Embora o serviço naquele dia não fosse convencional, foram consumidas em 8 horas de vôo 132 garrafas de champanhe, o DNA da empresa já estava lá. E nos dias seguintes, os vários jornalistas convidados para o vôo inaugural resumiam em manchetes o sentimento que talvez melhor defina a empresa que Branson começava a criar: Flying is Fun, voar é divertido. Em semanas, os vôos partiam lotados. Os comentários eram os melhores possíveis. E o governo de Margaret Thatcher, empurrado por “recomendações” da princesa Diana, finalmente encontrava nas asas da VIRGIN ATLANTIC uma competidora séria para a quase monopolística British Airways. Músicos, artistas, publicitários, jornalistas e micro-empresários começaram a experimentar os serviços da nova companhia aérea. E retornar. A VIRGIN ATLANTIC conseguiu fidelizar nada menos que 99% dos passageiros na sua Upper Class (1ª Classe) e 92% na Classe Econômica, um recorde até hoje. De repente, voar VIRGIN era uma forma de expressão, um grito de rebeldia contra o establishment. A VIRGIN ATLANTIC decolou e floresceu. Seu produto e sua imagem de empresa atrevida e inovadora eram reflexos de Sir Richard Branson. Quem não gostou nada foi a British Airways, que sob as ordens diretas de seu Chairman, Lord King of Wartnaby, ordenou o início de uma guerra de bastidores contra a empresa. Usando métodos desleais, a poderosa aristocrata tentou destruir a atrevida menina. Porém Branson descobriu os esquemas e os trouxe a público. Acuada, a British Airways foi processada e vencida nos tribunais ingleses, tendo de pagar milhões de libras de indenização. Sir Richard, exultante, mandou dividir igualmente a todos os funcionários a indenização. Os funcionários da VIRGIN ATLANTIC receberam em seus contracheques mais de £600 cada identificadas como “BA Bonus” (Bônus da Britsih Airways).
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Nesta época a companhia aérea já havia crescido acrescentando novas rotas como Tóquio (1989), Los Angeles (1990) e Boston (1991). Em 1992 Richard Branson resolveu vender a gravadora Virgin Records para a sua concorrente Thorn EMI por US$ 1 bilhão. Reaplicou parte do dinheiro na companhia aérea, modernizando sua frota com a aquisição de novos modelos de Boeing 747 e Airbus A340 e ampliando suas rotas. Neste ponto, a VIRGIN ATLANTIC já podia dizer que, embora não fosse uma das maiores, era sem dúvida a mais inovadora empresa aérea do mundo. Em 1996 adquiriu 90% da companhia aérea belga Euro/Belgian Airlines, que passou a se chamar Virgin Express, primeira companhia baixo custo da VIRGIN. Em 2000 quando a empresa parecia estar chegando a um estágio financeiro crítico, por ter contraído pesadas dívidas, Branson realizou uma jogada de mestre, vendendo 49% das ações para a Singapore Airlines, considerada a melhor companhia aérea do mundo. Foi neste mesmo ano que ocorreu o lançamento da Virgin Blue, companhia aérea de baixo custo na Austrália. Em 22 de junho de 2005, a VIRGIN ATLANTIC comemorou seus 21 anos de idade com um vôo comemorativo entre Londres e Nova York onde estavam presentes Richard Branson, celebridades e a imprensa. Em 2007 a companhia área ingressou no enorme mercado americano com o lançamento da Virgin America, companhia aérea de baixo custo que iniciou voando para 5 destinos domésticos com uma frota de 12 aeronaves.
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A linha do tempo
Altamente lucrativa, a VIRGIN ATLANTIC superou todas as expectativas, sendo a segunda maior companhia aérea da Grã-Bretanha. As inovações começaram no primeiro vôo e nunca mais pararam.
1985
Formada a Virgin Holidays, uma agência de turismo que tinha como principal objetivo vender assentos nos aviões da VIRGIN ATLANTIC para suas rotas de Nova York, Orlando e Miami.
Lançamento da Virgin Cargo, empresa aérea especializada em transporte de cargas.
1986
Instalados assentos maiores e confortáveis para dormir na Upper Class (1ª Classe).
1989
Primeira companhia aérea a introduzir monitores de vídeos individuais com diversas opções de filmes para a Business Class (executiva).
1990
Introdução, no vôo inaugurou para Los Angeles, de uma terapeuta a bordo. A primeira foi Jane Breeden, que oferecia serviços de massagens para atenuar os desconfortos de uma viagem longa. Atualmente esses serviços estão disponíveis em todos os vôos da empresa, menos para o Japão: foi grande o número de passageiros nipônicos que, depois de uns saquês a mais e por não entenderam bem a coisa, se atracaram com algumas terapeutas.
Seus vôos passam a contar com desfibriladores automáticos.
Lançado o programa de milhagem chamado Freeway. Este programa seria relançado em 1999 com o nome Frequent Flyer.
1991
Primeira companhia aérea a oferecer monitores de vídeos individuais com sistema de 6 canais para todas as classes.
1992
Introduzida a classe Mid Class, que viria a se chamar Premium Economy em 1994. Era uma classe econômica superior direcionada para executivos que precisavam voar a um baixo custo, porém com espaço e conforto para trabalhar e relaxar durante os vôos.
Primeira companhia aérea a oferecer assentos seguros para crianças.
1999
Firma acordo com a montadora sueca Volvo oferecer o famoso serviço de limusines da VIRGIN ATLANTIC, que havia começado em 1994. O serviço, exclusivo para passageiros da Upper Class, se tornou um grande sucesso.
2002
Introdução do serviço de mensagens SMS em vôo.
2003
Introdução da Upper Class Suite, o mais longo e confortável assento/cama da indústria da aviação.
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Uma experiência única
Voar com a VIRGIN ATLANTIC é uma experiência inesquecível. Principalmente se for na Upper Class (1ª Classe), que tantos prêmios deu à companhia aérea. Só para ter uma idéia do produto, o índice de fidelidade deste serviço chega a impressionantes 99% dos usuários. Ao fazer a reserva, uma simpática atendente solicita o endereço do passageiro, para providenciar o “pick-up service”, uma cortesia que inicia com pé direito a viagem: uma limusine Volvo apanha o passageiro em um raio de 60km do aeroporto. Mas o show começa mesmo em sua Área VIP conhecida como Clubhouse. Trata-se de um complexo com vários ambientes. Na entrada, um spa com saunas, duchas, banheiras de hidromassagem, manicures, massagistas.
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Tudo isso dentro de um aeroporto. Os ambientes são fantásticos. Por exemplo, há uma sala com lareira. Uma farta biblioteca, com livros de diferentes assuntos. Um selo afixado às capas diz: “Quando terminar a leitura, por favor, envie este livro de volta que pagaremos pelos custos postais”. Em outro ambiente, máquinas de pinball e mesas de sinuca. Ou ainda, se preferir, um enorme bar com as melhores bebidas. Perder o vôo deve ser a coisa mais comum neste complexo. E uma das mais prazerosas. Ao embarcar, percebe-se que a Upper Class é realmente diferenciada. Extremamente confortável, com decoração refinada e cheia de mimos que certamente os passageiros irão adorar. Um toque de criatividade fica por conta de um dos produtos mais inovadores da empresa: há uma parte reservada da cabine (batizada de “área de terapia”) com uma mesa de massagem, onde uma terapeuta pode atenuar o desconforto das viagens em avião. Alternativamente, uma manicure pode cuidar de suas mãos, antes de chegar ao seu destino. Sem contar o atendimento impecável das aeromoças, a carta de vinhos, o jantar, os produtos que podem ser comprados a bordo, e claro, um sistema de entretenimento excepcional.
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A área VIP
O conceito chamado Clubhouse começou a ser implantado em 22 de fevereiro de 1993 com a inauguração de um espaço VIP no aeroporto Heathrow em Londres. O investimento de £1 milhão criou um ambiente jamais visto dentro de um aeroporto, proporcionando ao passageiro da Upper Class uma agradável e inesquecível experiência. O tremendo sucesso fez com que novos Clubhouse fossem inaugurados nos aeroportos de Tóquio e Nova York. Estas áreas VIPs oferecem mimos como lareiras em ambientes decorados com mobiliários refinados, fartas bibliotecas, drinques, comidas, desde snacks a iguarias internacionais, bussiness centers, massagens e outros tratamentos de beleza, banheiros com toda a infra-estrutura para um relaxante banho, spa e jogos, tudo para que o passageiro vivencie uma experiência única antes do embarque. Atualmente a VIRGIN ATLANTIC possui Clubhouse nos aeroportos de Heathrow e Gatwick em Londres; JFK e Newark em Nova York, San Francisco, Dulles em Washington, Jon Smuts em Joanesburgo, Narita em Tóquio e Hong Kong.
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Frota e destinos
A VIRGIN ATLANTIC possui uma das frotas mais modernas e novas (com média de idade de 5.4 anos) da aviação mundial composta por 38 aviões dos modelos Airbus A340-300, Airbus A340-600 e Boeing 747-400. Seguindo as idéias inusitadas de Sir Richard Branson, a companhia aérea dá nomes curiosos e interessantes às suas aeronaves, como Diana (em homenagem à Lady Di), Honey Pie, California Girl, Lady Penelope (inclusive com uma foto do personagem e amigo de Richard Branson, Austin Powers na fuselagem), Lady Bird, Queen Of The Skies, Lady Penélope, Barbarella, Surfer Girl, Madame Butterfly, Pretty Woman, Scarlet Lady, Sleeping Beauty, Tubular Belle, Miss Kitty e Soul Sister. Atualmente sua rota é composta por 31 destinos, servindo cidades como Boston, Cape Town, Chicago, Nova Déli, Dubai, Havana, Hong Kong, Johanesburgo, Lagos, Las Vegas, Londres, Los Angeles, Manchester, Mauritius, Miami, Montego Bay, Mumbai, Nairobi, Nassau, Nova York, Orlando, San Francisco, Shanghai, Cingapura, St. Lucia, Sidney, Tobago, Tóquio e Washington. Os vôos da VIRGIN ATLANTIC entre os Estados Unidos e a Inglaterra têm nomes próprios curiosos como: The Trance Atlantic (Miami-Londres), The London Shuttle (Boston-Londres) e The Rising Star (Los Angeles-Londres).
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Marketing provocativo
O estilo inovador da VIRGIN ATLANTIC também se reflete em suas campanhas e ações de marketing. Ao longo dos anos, utilizou slogans provocativos, principalmente em relação a seus principais concorrentes. Exemplos não faltam: “Mine’s Bigger Than Yours” (algo como “muito maior que os seus”), escrito na parte traseira de seus Airbus A340-600, pois estas aeronaves comerciais eram as mais longas do mercado na época; “Avoid The Q” (Evite o Q), utilizado para promover a rota London-Hong Kong-Sydney, onde a letra Q significava Qantas Airways, companhia aérea australiana de enorme prestígio que operava a mesma rota; “Keep Discovering – Until You Find The Best” (Continue descobrindo, até que você descubra o melhor), utilizado para promover a rota London-Dubai e brincando com o slogan “Keep Discovering” da rival Emirates; e “BA can't keep it (Concorde) up” (algo como “A British Airways não pode mantê-lo lá em cima”), escrito na parte traseiro de uma aeronave em 2003 depois que a rival British Airways anunciou que não iria mais voar com aviões Concorde. Outros slogans utilizados pela VIRGIN ATLANTIC foram:
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More experience than the name suggests.
Virgin, seeks travel companion(s).
Love at first flight.
You never forget your first time.
Extra inches where it counts.
Fly a younger fleet.
Hello gorgeous.
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Uma das ações mais ousadas ocorreu na cidade de Joanesburgo, quando para divulgar o conforto da “Upper Class Suite”, um gigantesco outdoor de 5.000 m², foi pintado no canteiro central entre as pistas de aterrissagem e decolagem do aeroporto internacional. O texto do outdoor dizia sarcasticamente: “Hey you in the window seat. Bored? Uncomfortable? Next time fly Virgin. (Ei você do acento da janela. Chateado? Inconfortável? Da próxima vez voe Virgin).
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Abaixo podemos ver (clique nas imagens para aumentar) algumas propagandas com a alma e o espírito da marca. Este é o estilo VIRGIN de se comunicar.
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A marca no mundo
A VIRGIN ATLANTIC transporta 5 milhões de passageiros anualmente, em uma das frotas mais novas da aviação mundial, composta por 38 aeronaves para 31 destinos na Ásia, Europa, Caribe, Índia, África do Sul e América do Norte com faturamento anual de quase US$ 3 bilhões.
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A marca em imagens-
Clique nas imagens abaixo para ampliar e conhecer um pouco mais sobre a marca VIRGIN ATLANTIC AIRWAYS.
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Você sabia?
Todas as inovações tornaram a VIRGIN ATLANTIC não a maior, mas a mais criativa empresa aérea do mundo, e ajudaram-na a aumentar o número de passageiros transportados de 124.700 em 1984 para mais de 5 milhões nos dias de hoje.
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